A Gestão da Água como Estratégia de Redução de Custos 🫧♻️🌎
Um raio X sobre a eficiência na Gestão e os seus impactos
GESTÃO DA ÁGUA
@AGF_Ambiental
10/12/20244 min read


A Gestão da Água como Estratégia de Redução de Custos
A água, essencial para o desenvolvimento econômico e bem-estar social, enfrenta uma gestão desafiadora no Brasil. As perdas de água ao longo da cadeia de distribuição geram prejuízos bilionários, prejudicando a sustentabilidade financeira de empresas e governos. Segundo o estudo "Perdas de Água 2024" da GO Associados, o desperdício atinge níveis alarmantes, ultrapassando R$ 10 bilhões em custos totais no país, o que evidencia a necessidade urgente de uma gestão mais eficiente.
Custo Total das Perdas de Água
As perdas físicas (vazamentos e rupturas) e comerciais (roubos e medições incorretas) são os maiores vilões nesse cenário. Estima-se que em muitas regiões do Brasil, cerca de 40% da água tratada seja desperdiçada antes de chegar ao consumidor. Relatórios do SNIS (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento) corroboram esses números, destacando que o problema é generalizado, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, onde as perdas superam 50% em alguns estados.
No âmbito estadual, São Paulo, embora tenha um dos sistemas mais modernos de distribuição de água, ainda enfrenta perdas em torno de 33%, segundo a CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo). A modernização da infraestrutura tem sido um fator crucial na mitigação dessas perdas, com tecnologias de monitoramento e controle implementadas em várias áreas.
Perdas de Água em Recortes Geográficos
Os desafios de gestão de água no Brasil variam conforme os recortes geográficos. O estudo revela que as perdas de água são mais pronunciadas em regiões com infraestrutura deficiente. No Nordeste por exemplo, com uma infraestrutura muitas vezes precária, as perdas ultrapassam a marca de 50%, enquanto o Sul e o Sudeste apresentam índices inferiores, devido a maiores investimentos em modernização e monitoramento. A ABES (Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental) reforça que estados como o Maranhão e Amazonas continuam enfrentando dificuldades estruturais significativas.
Recorte Regional
O Nordeste é, sem dúvida, a região mais afetada. Um exemplo são estados como Pernambuco e Bahia, que registram perdas acima de 60%, conforme dados do Relatório de Perdas de Água da ABES. No Sudeste, a situação é menos crítica, mas ainda longe do ideal. Minas Gerais e Rio de Janeiro têm trabalhado para reduzir as perdas, mas ainda registram níveis preocupantes que impactam diretamente no custo operacional e na qualidade dos serviços prestados.
Recorte Estadual
Em termos estaduais, São Paulo, com políticas avançadas de gestão hídrica, conseguiu reduzir suas perdas para cerca de 33%, e a Paraíba é o Estado com menor índice de perda (21%), mas ainda longe de padrões internacionais e do ideal. O estudo da GO Associados ainda aponta que estados como Maranhão, Amapá e Acre têm perdas superiores a 60%, revelando um cenário de grandes disparidades regionais e estruturais.
Recorte Mundial
Na média geral, o Brasil está muito atrasado perante outros países a nível mundial (posição 78 entre 139 nações analisadas), na América Latina (7º lugar entre 9 países analisados), bem como quando comparado com seus pares desenvolvidos e em desenvolvimento do BRICS por exemplo, ficando atrás somente da Índia que apresentou um índice de 41%:
Brasil: 35%
Rússia: 26%
China: 20%
África do Sul: 33%
Impactos da Redução de Perdas
A redução das perdas de água no Brasil não é apenas uma necessidade ambiental, mas também uma estratégia econômica crucial. O Instituto Trata Brasil estima que uma redução de 10% nas perdas geraria uma economia de mais de R$ 1 bilhão por ano. Esses recursos poderiam ser redirecionados para outros setores, como educação e saúde, além de permitir a expansão de redes de abastecimento para áreas não atendidas.
A melhoria na gestão hídrica também traz benefícios ambientais. De acordo com a Agência Nacional de Águas (ANA), a redução do desperdício de água alivia a pressão sobre os mananciais e contribui para a preservação dos recursos naturais. Empresas que adotam tecnologias de controle, como sensores inteligentes para detectar vazamentos, não apenas economizam, mas também ganham vantagem competitiva ao promover práticas sustentáveis.
Conclusão
A redução das perdas de água no Brasil é uma oportunidade para gerar economia, garantir segurança hídrica e melhorar a competitividade econômica. Com uma gestão mais eficiente, o Brasil pode não apenas resolver os problemas locais, mas também se posicionar como líder em sustentabilidade hídrica, garantindo o acesso à água de qualidade para as gerações futuras. Veja também, outros artigos recentes, onde abordamos como as indústrias podem melhorar os seus processos e como a escassez é um risco iminente para a continuidade dos seus negócios e veja também, como em um mercado totalmente novo como o do Hidrogênio Verde, estratégias de Uso Racional da Água podem impulsionar a adoção desta nova tecnologia.
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Referências: GO Associados. Perdas de Água 2024. Disponível em: Trata Brasil
Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS). Disponível em: SNIS
Instituto Trata Brasil. Perdas de Água no Brasil. Disponível em: Trata Brasil
CETESB. Relatórios de Qualidade da Água em São Paulo. Disponível em: CETESB
Agência Nacional de Águas (ANA). Relatório de Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil. Disponível em: ANA
Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES). Relatório de Perdas de Água no Brasil. Disponível em: ABES
https://www.agfambiental.com.br/reuso-de-agua-e-hidrogenio-verde